Quando as lágrimas das nuvens sombrias secarem,
Para deixar aparecer além do tormento,
A frágil claridade no olho do firmamento
Como o arco-íris nascido no ninho das tempestades.
Quando a água cobrirá a terra e os campos,
Afogando em sua tristeza, o traçado da estrada,
Para mudar o passado depois de sua derrota,
Os contornos da decoração, suas risadas e suas canções.
Quando o vento do tempo apagar as linhas,
As arestas, os cantos, pela suavidade das curvas
Onde o silêncio se esgueirar nas cavidades das profundezas,
Para melhor embalar os gritos que, de repente, se resignam.
Simplesmente, com o coração nu, virei livremente
No encontro perdido por tantas eras.
Irei em direção a aquele lugar em suas regiões selvagens
Onde o vento me empurra, sem enfraquecer, vou valentemente.
Ela me espera, lá, como a última promessa,
Aquela que traí, aquela que sabe de mim
Minhas batalhas íntimas, meu sangue e minha fé
E... EU me abraçarei... com toda minha ternura.
Poeta Rosangela Colares