Poemas : 

O sopro de poesia marota

 
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Perfeitas teias, diz o compadre
Pés de cão,
Teias do pensar anão,
Fruto de mente podre

Teias de memória curta,
Tecidas em pobres berços,
Onde nasce poesia marota,
Inverso dos versos

Poesia tímida,
Nascida em dedos tortos
Sem escrotos,
Literatura violada

Santos e anjos
No lamaçal derramado,
Voto coxo, voto forçado,
Votos do medo, votos de fáceis arranjos

Votos ajustados à perdição,
Votos virados à profanação
Do cadavérico medo, sentido pelo votante,
Que se transforma em mutante
Na hora de meter rabo entre pernas

Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
Autor
Upanhaca
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Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 09/08/2023 09:05  Atualizado: 09/08/2023 09:05
Usuário desde: 21/01/2015
Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8483
 Re: O sopro de poesia marota
Quando o medo invade a mente,
até os audazes
tremem como varras verdes.

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Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 09/08/2023 13:00  Atualizado: 09/08/2023 13:00
Administrador
Usuário desde: 14/08/2018
Localidade: काठमाडौं (Nepal)
Mensagens: 2241
 Re: O sopro de poesia marota
Confesso que ao ler o título não esperamos uma poesia tão contundente (apesar de teu estilo de escrever com conteúdo).
Espera-se uma graça, um texto mais... maroto (que posso fazer se escolhestes a palavra mais correta), um passatempo sem compromisso. Mas o que se vê é sim um passatempo mas que esconde uma mescla de realidade nas entrelinhas e que convida a ler e reler algumas vezes.
Grato pela partilha. Saudações.