O Grito da Ferra
No escuro dos olhos a luz de uma vela.
seu brilho irradia uma ira brutal
a boca entre aberta e lábios cor de terra.
Nas sombras, ferinos, solta um grito irracional
E as sombras são a ultima linha do processo
que fluem vertiginosas como ondas em fúria
se existem será um final ou um começo?
pois a alma da ignorancia é a fúria
O tempo é de espera assim como na caça age o leão,
a vida lentamente segue seu curso e apos o inverno impera
a primavera. O brilhante expõe o obscuro e a peculiar
e fria certeza que não há pernas debaixo da mesa
nem paredes que envolvem o muro.
A perplexidade é purulenta ao perceber esta impunidade
trágica, na intolerância androfóbica, nas frases enluvadas
em porcelana. Em um vaso pequeno de vidro de um talho
indivizivel não podendo haver castigo e
enquando não puder, por todos, este grito será ouvido
Alexandre Montalvan
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