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clamor a qualquer maria que me vem

 




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poema de minha mocidade

clamor a qualquer maria que me vem






Amor,
reverso da guerra
que a frivolidade perde,
se não corre nas veias
tal água apressada na terra
a sede incontida o leve;

Amor,
tempo natural
a minha maria sonha
no viver de tê-lo eternal
mesmo sendo o mal
o veneno da peçonha
da frieza plural

mas virginal
ela vem a mim doá-lo,
flerto com o futuro
e juro
pelo menino guardado
no imo pueril
e assim
já o céu cinza se evapora
vindo-me o olhar anil

orando ao querubim
sentindo-me homem
quando ela por amor
gruda-se em mim;

Amor,
reverso do verso fúnebre
sara à solidão do abatido
se o amor incontido
resume a paz
da paz do amor
ao novo ânimo parido;

Amor,
reverso do dom insentido
vive à sombra da fúria
gigante
esquecido;

"ó maria
teu amor me contagia
sempre me virá
se estiveres comigo
nas lutas que tenho perdido,
não são as dores meu castigo
se morrer por teu amor
já a guerra terei vencido;"

falta-me mais a dizer
se por amor tenho crescido
e já não choro no canto escondido
no canto cego a me desdizer
do amor
do amor do teu ser?

Amor,
na dose certa
alerta
a quem inda o esqueça,
e mesmo a conta-gotas
eu jamais esmoreça
mantendo a porta aberta
para inda preencher
o vazio de minha cabeça,

"vem maria
apagar meus fiascos
meus relaxos
ensinar-me a amar,
vamos em duo divagar
bem devagar
mesmo que por telepatia,

vem maria
o tempo é pouco
pouco tempo
o sonho anuncia..."


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Rehgge Camargo
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"o poeta absorve, filtra e exala."

 
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RehggeCamargo
 
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