Corre o rio.
Sem correr.
Corre.
Nas águas que o afloram.
Perguntam:
por que corres rio?
O rio responde:
por ter água em mim,
por as margens se talharem
em canto e murmúrio no eixo.
Correndo para ti, para o regaço do mar.
Numa onda que vagueia,
com o prepúcio no peito.
No alto, em pleno mar.
Nascida nos seixos.
Zita Viegas