Um Amor de Verdade
Eu exalto o meu instante
sobre a morte e sobre a vida
fera que se instala na alma
irmanada na dor de uma ferida
pois meu cerne é um barco a deriva
E não haverá em meus braços
plácidos traços do fim que espero
para meus dias de plantar flores
e todas as dores que invadem o ar
que respiro é o cheiro passageiro
de tantos amores.
Foi sempre por amar,
e amar como a me perder no vazio
de esquecer-me do resto e ser esquecido
e sempre sair ferido
a remexer magoas em noites de lua
andando a esmo nas ruas até cair
em algum beco escuro e frio
Invento madrugadas de inverno que me
fazem tremer os dentes, olhos marejados
por luzes e procurando um novo firmamento
uma nova manhã de luz, quiçá um novo amor,
uma nova dor, para passar o tempo
e sorrir novamente.
Alexandre Montalvan
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