As vagas e oblíquas madrugadas
trazem obscuros sonhos por
desvendar ...
Horas meticulosas cheias de dor e
espanto:
flores por abrir, vontades por definir!
Horas de insónia - pasmo em vivê-las!
São minhas, plenas de abismos e
silêncios, horas ocultas, mas presentes,
de outros tempos por viver!
Não me apetece dormir ...
Não quero fechar meus olhos ...
Vou fitar o infinito ...
O tempo vai passando e eu, passando,
vou com ele.
Resta-me adormecer nos braços das vagas
e oblíquas madrugadas que trazem obscuros
sonhos por desvendar ... adeus ... minha breve
consciência de poeta!
Ricardo Maria Louro