Poemas : 

Dois de Maio de Dois Mil e Oito

 
Dois de Maio de Dois Mil e Oito.
Ontem podia ter-te dado o último abraço.
Hoje dei-te o último beijo.

De saber-te morrer
Enquanto eu empunhava a enxada,
Trabalhar a terra,
Como gostavas,
Como sempre o fizeste...
Orgulho-me porque te honra.

Honrei também o nosso nome,
Tu ainda vivo,
Ao grava-lo num livro,
O meu com o nosso.

Não foi o filho, não foi a árvore,
Foi a palavra.
E por palavras ouvi as tuas histórias,
Verdadeiras, guardadas na memória
Do que não vi por não ser nado.

E esse último beijo
Fica para sempre selado
Nos meus lábios
Que também eles te acarinhavam,
Também com palavras.

Dois de Maio de Dois Mil e Oito,
Um dia triste, marco dos seguintes.

Dois de Maio de Dois Mil e Oito,
O dia que partiste; perdido o ouvinte.

02/05/2008
 
Autor
Hugo Cabelo
 
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Enviado por Tópico
Ramgad
Publicado: 08/05/2008 23:15  Atualizado: 08/05/2008 23:15
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 Re: Dois de Maio de Dois Mil e Oito
Lindo e triste.

Bay
Ramgad