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Ecos da Origem

 
A solidão muda desperta-me cores pelo caminho arborizado
Os pássaros estão calados quais pedras nos rios coagulados
Nessas horas afogadas pelo quieto esquecimento tranquilo
Volatiliza-se o réptil movendo os pés sobre a pedra da noite
Abriga-se na sombra tal escudo, deixando seu tênue rastro

Vejo estranhas harmonias sem ritmo, uma quase serena paz
São memórias de coisas repousadas d’um antigo movimento
O raio resfriado em metal que guarda a luz cativa pelo chão
Eu, vão observador, desenrolo minhas reais asas de pássaro
Movo meu corpo na escuridão, vou buscar no sono o sonho

Quando em outro voo na essência de um vazio interminável
Busco no que me renova, sem abdicar do que fui, ser outro
E, sendo sombra, ser claro, translúcido, de contorno visível
Esculpir pensamentos fluídos e incontidos, fora da margem
Ideias evolando-se de parábolas obscuras, estranhas fábulas

A ponta do fio do tempo reina no silêncio que se incorpora
Faço-me de luar para que não mais germinem noites caladas
Poema e poeta que enfim recompõem escritos mais antigos
Ainda que simpatize com tantos encantos da modernidade
Regresso ao que comecei, para ser artífice de um renascer



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O retorno às origens na força do surrealismo.
 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/07/2023 17:13  Atualizado: 21/07/2023 19:00
 Re: Ecos da Origem
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Quando o poeta fez o comentário no meu poema eu vim apressada a ler o seu poema e é impossível comentar só uma parte, é pura vitamina.
Gosto das palavras para consumo e elas são apenas embalagens cheia de delícias por dentro e o seu poema está cheio de guloseimas e quando li imaginei fazer deste seu poema umas dez músicas de rock.

Abraços!

Desperto com as cores no caminho das árvores
Ah meu coração
Os pássaros calados como os rio coagulados
E com vontade afoguei as horas para pensar em nós
A sombra é meu escudo e meu rastro é quase invisível porque perto de você
Não consigo eu preciso confessar