Num caminho sem volta, perdido eu andava,
Um amor impossível, meu peito abraçava.
Era uma paixão irresistível, avassaladora,
Que me envolvia e me levava embora.
Nosso encontro foi um acaso do destino,
Mas desde então, fui prisioneiro do amor divino.
Seus olhos eram estrelas a me hipnotizar,
Seu sorriso, um convite para sonhar.
Mas a vida, cruel, traçou nosso destino,
Separando-nos, como rios em desatino.
Caminhos opostos, distantes demais,
Era um abismo entre nós, e não mais.
E assim, na tristeza dessa realidade,
Vivi uma eterna saudade, sem piedade.
Sabia que te amar era um fado amargo,
Uma estrada sem volta, sem desafogo.
Passei noites em claro, lembrando de nós,
Sonhando acordado, buscando uma voz.
Uma voz que dissesse que era possível,
Que o amor venceria o impossível.
Mas o tempo implacável não retrocede,
E nosso amor ficou preso naquilo que se esquece.
Um sentimento puro, porém condenado,
Uma chama que ardeu, mas se apagou no passado.
Hoje, sigo nesse caminho sem retorno,
Carregando a tristeza como um adorno.
Mas a paixão irresistível que vivemos,
Permanecerá eterna, enquanto vivermos.
E assim, mesmo que seja uma estrada sem volta,
Guardarei nosso amor na alma, como uma revolta.
E te amarei secretamente, em silêncio,
No caminho sem volta, em meu coração imenso.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense