Ora,
essa melancolia fraudulenta
e esse poeta embuste se esbarram
e esvaem-se na madrugada
tão desconexos quanto esses versos
A chuva molha o teto
e goteja na alma do poeta:
existe uma certa dose de ironia nisso
como se a madrugada precisasse de companhia
O alvorecer se demora pelos relógios
solitariamente angustiado
desejando nunca precisar chegar
O sol também deseja se atrasar
assim como o sono que ainda não chegou
e a rotina? Ah, ela esmaga o que nos resta...
Jeferson