Ó menina Florbela,
Escute o bater do meu coração,
E o ranger das portas da minh’alma
Que se abrem, pra deixar adentrar
Teu doce amor.
Escute o estrugir das janelas
Da minh’alma, janelas
Abertas pra deixarem entrar
O sorriso da lua,
Que lá do alto céu, assiste
O rufar dos nossos corações.
Ó menina Florbela,
Solte teu sorriso no sorriso da lua,
Pinte meus lábios com teus lábios de batom,
E oiça a súplica da paixão,
Que dentro de mim, grita:
-te quero minha Flor!
-te quero só pra mim, querida!
Gritos que não sei conter,
Quando sinto o calor
Dos teus escorregadios lábios
A percorrer atalhos da minh’alma,
Em busca do farto amor
Que sinto por ti.
Gritos que não posso conter,
Quando me abordas
Com teu sedutor olhar,
Que diz tudo sem nada dizeres,
Palavras pra quê,
Se teu olhar d’anjo
Espelha o quanto me amas?!
Não, não fales pra não afugentar
Esse sorriso matador.
Lembras, lembras meu amor,
Quantas vezes morri,
Quando me sorrias à luz
Do altar do nosso matrimónio?
Foram tantas vezes,
Que o padre André, perdeu a conta.
Adelino Gome-nhaca