O sangue jorra do corpo
amarrado ao sacrifício.
Como o coração do pássaro
a palpitar na mão.
O sangue do fundo jorra
em soluço, de estação em estação.
Poderia ser morango talhado.
Ou figo escurecido.
Sem estar a cometer suicídio,
jorra no silêncio do presidio.
Rompe a cada mês. Sangrenta,
flor da menstruação.
Jorra o sangue frio,
em palpitante imperfeição.
Carne viva, em rebentão.
Zita Viegas