Alienação
Os estilhaços de meu torso
nunca formam um quebra cabeça
outrossim, pedem que não se esqueçam
da corda que entorta o osso
emocional e psíquico
E quando eu quero
porque meu querer é um descaso
o meu torso eu adultero
mas não são estilhaços de um vaso
jogados em qualquer canto
Meu intento é um pensar desconhecido
nesta realidade ficcional,
é estranhamente distorcido
meu pensar tão desigual
apodrecido num charco
Não são mentiras nem verdades
e o inverso é verdadeiro
por mais que eu me entregue por inteiro
é preciso viver na falsidade
e se sentir grato
Mas não é necessario pensar
nem ter sentimentos, apenas andar,
andar, andar, andar
como se andar fosse um remédio
para a alienação
Alexandre Montalvan
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