falar da tal amiga é falar da minha infância
é recordar a sua generosidade para comigo
ao vasculhar a memória do coração
encontro momentos extraordinários de partilha
lembro dos dias em que cuidávamos das ovelhas
das jornadas na apanha dos figos e de outros frutos secos
dos torneios de futebol em campos artesanais,
onde marcávamos as linhas
com pedrinhas e cascalhos
da humildade e inocência como vivíamos o dobrar dos anos.
fomos irmãos, pastores das nossas dores, confidentes das nossas ambições.
depois fui viver para outra cidade e deixamos de partilhar o cotidiano
hoje, fui alertado para a sua conduta nas redes e o conteúdo do seu interesse.
o que posso fazer, é falar com ela …
sei de pessoas que foram vítimas de burla na internet, que se apropriaram dos dados de outra pessoa e fizeram passar por essas pessoas …
amanhã falarei com ela … não faz sentido, há 3 anos que casou, recentemente, nasceu um rebento do seu amor.
também não faz sentido, perder um amigo, porque essa amiga pediu amizade a esse amigo…
e sem saber de nada, fiquei na lâmina da faca …
peço desculpa esperando desculpas, sabendo que as desculpas são inúteis depois das culpas confirmadas
decepcionar alguém sem mexer um dedo é arte do azar … ou um tiro em cheio ao lado do alvo...