Era tanto amor
Era Clara
Era Clara em meus braços
Em meus sonhos era Clara
Era Clara cacheando meus cabelos
Era Clara segurando o tempo
Era todo amor
Era Clara
Foi quando Clara não veio
Que se desenhou um deserto
ficaram o resto e o resmungo
O vento apressou o destino
E fez-se silêncio e caos
Desde então tudo sempre partia
Tudo sempre insiste em partir
Nos vãos das tristezas vãs
Daqueles dias já esmaecidos de risos e prosas
De tudo que me lembro
De todo que fui, que fomos
Quando era absoluto que o amor era bastante
Quando era certo que podia proteger minhas crias
Da agonia de não poder mais fazê-lo
Para sonhar em Clara
Parar de sonhar em Clara
E seguir
Ana Heide (19/04/2021)
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