Os navios partiram
e ainda assim
as gaivotas continuam a voar
dentro dos meus olhos. Há mar
há muito mar
e eu ainda não me perdi.
Encosto ao silêncio
a minha pele de sol
segredam-me os búzios
que ainda não é o fim.
A inquietude é apenas uma brisa
a desfazer-se
nos últimos fios do entardecer.
Os olhos pintam de dias claros
o horizonte
e as palavras abrem-se
luminosas
por entre a harmonia das nuvens
na esperança de que uma gota de chuva me venha buscar.