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Forte e constante é seu bailado,
Vento que sopra do sertão.
Dobrando sem pena, arbustos e árvores,
Varrendo lembranças, e jogando no chão.
Fazendo o tempo, ficar melancólico,
Escuro, e chuvoso, com raios e trovões.
Mudando o pensar, da gente que pensa,
Cristalizando almas, abafando emoções.
É hora de sentar-se, quieto à mesa,
Num canto, a esmo, e com a solidão.
Colocar-se à frente, de uma vela acesa,
Geralmente curta, e sem quase clarão.
Fazer debruçar, sobre os braços cansados,
O olhar nessa chama, devagar se acabando.
Comparando assim, com o amor que já teve,
Sem entender do porque, e ver tudo findando.
Essas coisas na vida, acontecem e nos mostram,
Nada somos comparados, com que o destino arruma.
Nesse pensar, cerrei meus olhos, demais sonolentos,
Dormi na escuridão, e sem paz nenhuma.
Antologia, Poesia da Metrópole, Litteris Editora