Poemas : 

No silêncio que me digo

 

Digo-me do silêncio das árvores

de um céu pintado de frutos e de cores que não chegaram

a amanhecer



de navios carregados de monólogos surdos

cúmplices dos sonhos

e das esperanças

que em cinzas caíram a meus pés

sussurrando vozes perdidas no cais



de esboços e representações

memórias de súplicas

e de soluços

irónicas sedas nos meus areais.



E no silêncio que me digo entendo

a interdita agonia das pétalas

e dos corais



a indefinível distância dos recantos

onde nasci onde morri

e hoje sou

um tudo nada

dentro de mim.




 
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idália
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