Digo-me do silêncio das árvores
de um céu pintado de frutos e de cores que não chegaram
a amanhecer
de navios carregados de monólogos surdos
cúmplices dos sonhos
e das esperanças
que em cinzas caíram a meus pés
sussurrando vozes perdidas no cais
de esboços e representações
memórias de súplicas
e de soluços
irónicas sedas nos meus areais.
E no silêncio que me digo entendo
a interdita agonia das pétalas
e dos corais
a indefinível distância dos recantos
onde nasci onde morri
e hoje sou
um tudo nada
dentro de mim.