Os diabos que defendo
têm várias cores
muitas vozes
cheios de virtudes
e pecados e doses.
A minha prescrição de inocência
não tem lados nem saúdes.
Procuro até ao absurdo
se for preciso
e aos incertos dentro dos errados.
Ataco sem presa,
escudo,
visto a armadura desse direito mudo
a defesa.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.