Solidão tangente
E existência abstrata
Entre a vida que castiga
E o sofrimento que maltrata
Raso coração errante
Semeando o amor em liquidez
E abrasiva mente maldizente
Suturando em vírgulas a insensatez
Sem cânticos engodo
Ou mesmo liras transversais
Só um lirismo maltrapilho
Em um monte de versos sem ideais
Psicologia de boteco
E depressão em doses
Enquanto a ignorância faz eco
Em uma centena ébria de vozes
O coração pulsa por obrigação
E o oxigênio queima os pulmões
A mágoa que corrói é indubitável
E a dor é a perdição das multidões
Angústia e loucura compartilhada
Em abstração metódica e existencial
A raiva canta em ode à melancolia
Enquanto traz a luz desse abissal
Jeferson