Poemas : 

ego cego

 
Assim que fiquei cego soube

que só em sonhos seria a sua sombra,
a silhueta;

da tez, o tom...

Mas,
do nada,
nova chama veio a lume

um aroma vivo
a suor, a sangue, a seiva

[dita de Hera,
ciúme]

que se tatuou
à minha pele.

Tornou-se no meu perfume.



Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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