Contemplamos nossa existência,
convictos de vivermos
plenos de sã consciência,
certos do lugar que ocupamos.
Com o tempo, apesar da insistência,
detalhes afluem como sismos
demolindo conceitos de querência,
expondo, realmente, onde existimos.
Negamos lucidamente a demência
de placidamente compartilharmos
onde perdemos nossa essência.
Fingindo resiliência, sonhamos.
Com a vida expondo o fim da inocência,
logo do nosso lugar nos perdemos,
pois, vivemos a eterna impaciência
de estar onde, apenas, sobrevivemos!
"Viver é confrontar o caos no cotidiano,
evitando cair nas armadilhas da depressão."
O termo “Não lugar” (Non-lieux) foi estabelecido pelo antropólogo francês Marc Augé, em 1992, na obra: Non-lieux, introduction à une anthropologie de la surmodernité. Segundo o autor se um lugar pode ser definido como identitário, relacional e histórico, um espaço que não possa ser percebido dessa forma será entendido como um não lugar (uma encruzilhada, um local de passagem). O poema abraça, livremente, o conceito e o extrapola para a própria existência humana.
Grupo: Poesia no Caos
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