Alice no país da poesia em 3 atos.

Se lhe apetecem sabor e cheiro, faça bom proveito, assim como aprecio as tuas quadras e entre elas me delicio em cor e textura. Assim que os poetas fazem de poesias objetos de matéria para deleitar os cinco sentidos a tocar, sentir, provar, cheirar e olhar. Saudações.

Agradeço a leitura e a fina compreensão do texto, que caminha muito próxima de uma ideia criativa que é complexa e cheia de figuras.
Neste ponto "Estas meninas e seus corpos, teus copos, teu corpo cascavel
Folhas, ramos, flores, frutos de ouro essa é a nossa mortalha
Piam pássaros vermelhos, o cio em teus olhos vermelhos, zelo
Douradas prímulas, plúmbeas plúmulas mesclam luzes e olhos" o poeta fala se seu amor físico pela mulher, seu gosto de vê-la e o medo de seus 'ardis' amorosos. Descreve suas virtudes e a vitaliciedade de sua admiração por ela. Fala do cuidado que tem e do brilho que vê nela.
Já em "Tudo de que te desfazes e dissipa no escândalo nu do sonho
Às vezes um rosto apagado, boquiaberto, um pássaro súbito
À noite na casa vazia sou o sapo que espera o beijo salvador
O dormir que não se dorme, mas esvoaça em ritmos ocultos" o poeta fala do 'fazer amor', da nudez que o precede, de sua admiração do corpo da amada e da capacidade desta em fazê-lo uma pessoa melhor (sapo x príncipe) e dos sonhos que cultiva.

Sim cara poetisa, o texto é complexo e tange os limites da compreensão. Mas o surrealismo está aberto às visões pessoais, à quais sou grato pelo que me acrescentam. Gratas saudações.