Há um som que subsiste
Um ruído de fundo
Mesmo se tapo os ouvidos
E me isolo numa câmara acústica
A que não chega qualquer outro som
Para lá daqueles que os meus órgãos geram
Nem esses ouço
Tão pouco o bater do coração
Mas há um som que subsiste
Um silêncio fundamental
Interior
Com uma harmonia de amor
E há uma luz que persiste
Mesmo se me fecho numa câmara escura
E fecho os olhos
Uma luminescência que reverbera dentro mim
Que se não enxerga do exterior
Mas ainda assim dá para ver
E sentir
No comprimento da onda
Do amor
Há um som que subsiste
Uma luz que persiste
Um silêncio