Sei que tu sabes que eu sei que sabes como é…
Se olho os teus vidros cristalinos eles reflectem ramos vermelhos
No Outono lento na minha janela
Se toco o teu fogo de perto, bem pertinho
Logo se te enruga o corpo de medo
Bem franzininho
Se descubro os teus aromas, a luz e os metais
Logo se vai o segredo
Num rumo louco para as tuas ilhas marginais
Às penso que posso ser louco e ficar abandonado na costa
Mil dias á espera da resposta
Mas aí penso em velas e barcos
Em mares e ares
Nos teus lábios a buscar-me
No teu nome a chamar-me
No meu amor-próprio
Reconheço, pouco sóbrio
Repito e reacendo os meus fogos interiores
Ligo os meus internos extintores
E parto á procura do motor e do sensório
Dos gestos correctos, dos pensamentos
Do real pouco ilusório
Duma palavra ou um aceno de momentos
Para que possas ver e compreender
Os medos que hão-de vir
E mesmo assim possas continuar a ler este sorrir