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Enviado por | Tópico |
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Liliana Jardim | Publicado: 23/05/2023 11:43 Atualizado: 23/05/2023 11:43 |
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Re: A noite que choveu insónias
...quebrar solidões
com relógios de sol e panos verdes. Gostei de te ler poetisa Beijinhos Ana |
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Enviado por | Tópico |
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Odairjsilva | Publicado: 24/05/2023 00:12 Atualizado: 24/05/2023 00:12 |
Membro de honra
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Mensagens: 5303
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Re: A noite que choveu insónias
Uma bela construção poética. Gostei muito. Abraços poéticos!!!
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Enviado por | Tópico |
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Abissal | Publicado: 26/05/2023 21:37 Atualizado: 26/05/2023 21:37 |
Membro de honra
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Re: A noite que choveu insónias
Gostei da leitura como sempre.
Abraço, Maria. |
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Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 30/05/2023 04:01 Atualizado: 30/05/2023 04:01 |
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Re: A noite que choveu insónias
As primeiras duas estrofes são invejáveis.
O poema, no seu todo, aborda a poética. Muito ao teu estilo. Encheu-me as medidas. Ainda vou ter de voltar a ele. Falta-me a ponta do novelo. Abraço |
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Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 16/06/2023 14:44 Atualizado: 17/06/2023 05:58 |
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Re: A noite que choveu insónias
De livro, é como começas este poema.
Infinito. Arrumar é uma das possíveis de encontrar, ou obter. Embora não me pareça que faça parte do estilo de escrita do autor. No primeiro verso, o infinitivo do verbo procura esse infinito. A negativa, adiantada pelo Des do “...Desarrumar...” é o primeiro des-engano que nos é proposto. Cada verso da primeira estrofe, tem essa acção, o verbo no infinitivo, que sendo repetida, torna-se um pouco desenfreada. As “...metáforas...” são seres muito sensíveis. Há dicionários, e entendidos nelas, mas o que delas se sabe, é que apesar de pertencerem ao senso comum, elas também podem ter sentidos impensáveis e destinatários. Meta fora. A forma mais fácil de precisar a sua importância, é não ser literal. É uma maneira de se dizer. É uma comparação, sem “como”. Um floreado. Se arrumar “...metáforas...” não é fácil, correndo-se, por exemplo, o risco da repetição, ou de simplismo, o “...Desarrumar metáforas...” procurando, por exemplo, originalidade, é um exercício para toda a vida. E nada fácil. Como a metáfora pode ser uma desarrumação, estamos perante um pleonasmo no primeiro verso. Depois, no segundo verso, há o uso do verbo “...subir...”. Há um esforço nisto. A “descer todos os santos ajudam”, e na subida, o cansaço pode desmotivar. Mas o verbo usado, apenas sublinha o objecto. A “...palavra...” é um ser vivo, em constante construção. Ela chega, nestes dias, já nesta forma prática e escrita, mas teve um passado e terá um futuro que nos ultrapassará largamente. Tem a utilidade que se reconhece, mas pertence, sobretudo (no nível de importância), ao domínio do pensamento. Mais do que ser aquilo que conhecemos dos outros (além do seu aspecto físico), é também o que conhecemos de nós. E damos a conhecer. Daí ser importante ter “...palavra...”. A “...palavra...” pode ser uma vogal, ou ser todo o escrito, alguma vez escrito. A sua “...tónica...” é a sua expressão mais forte. Com tónus, músculo, força, vibração. O “...abrir...” no terceiro verso, mantém o curso do poema na positiva. Elevado. A abertura, é feita de “...janelas...” a elementos da natureza, que são transformadores. Os “...jardins...” são, geralmente, elementos de beleza, coloridos, perfumados, mas também trabalhados (o jardim tem sempre o jardineiro, ou será bosque). A junção “...jardins de luz...”, transmite essa intensidade e harmonia, associada às ideias, à claridade, à verdade, se quisermos. Menos comum é jardins “...de vento...”. O dito, é duma capacidade transformadora enorme. Onde toca o vento há mudança, crescimento, ou erosão. O que nos é proposto na primeira estrofe!... Magnífica. A segunda, justifica a primeira. Mas começa num tom diferente. Mantém a forma verbal, mas o verbo “...banir...” parece demasiadamente diferente, dos de até então. Até o “...desarrumar...”, foi mais delicado. O ritmo é diferente, menos pausado, devido à redução do número de verbos; dá para ler duma só vez, e ficar com um “decrescente fértil”. Uma chuva de “...angústias...” deve fartar de molhar. Deve ser miudinha. A encharcar tolos... A ligação “...brumas...” e “...noite...” choca de frente com os mais ordeiros e belos “...jardins...”. Mas, o “...poema...”, é, também ele, um antídoto. Um lenitivo que surge nas “...angústias...”. A arma e a armadura. A segunda estrofe, que encontra o título, sobejamente poético, marca uma missão, que não é fácil de perseguir. E persegue o sujeito poético. Na “...noite que choveu angústias e insónias...” Mas, para isso, terá que se livrar d“...as brumas intocáveis...” A definição de “...brumas intocáveis...” é brilhante, no parênteses recto, em forma de estrofe, também. A arma é o “...sonhar...”, lembrando muito, um pouco, a "Pedra Filosofal" de António Gedeão. Mas, também, “...quebrar (num registo um pouco mais violento) solidões\com relógios de sol...” E “...panos verdes...” (será do verbo ver?). Vamos a jogo? Como é fácil de perceber, um poema cheio de riqueza interpretativa, de figuras de estilo que cada leitor deve desvendar e escolher, que favoritei sem hesitar, que deambula sobre o mote, a inspiração e a responsabilidade da poesia. Abraço irmã |
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