Não sei o porquê, pouco me importa o que me escapa
Das amizades só conheci as mais pequenas
Aquelas que brotavam entre as mãos e abalavam
Com a chuva para o mar, não eram paixões por peixes
Ou pássaros, era apenas um buraco no universo
doirado e cinzento e um olhar inacabado.
Tudo tem um princípio e o fim
Como a amizade que tenho, a mais pequena
Como se no instante imediato eu tivesse de esperar a sorte
De outra amizade vinda com os pássaros de retorno ao norte
Nada mais, apenas supliquei aos deuses uma casa branca
Onde o vento viesse antes do amanhecer
Onde ninguém chegasse para me poder olhar
Pedi a todos os deuses seus infinitos poderes
Sem a sua compaixão, foi assim que, das amizades,
Das mais pequenas, surgiu um olhar tão lúcido e transparente
Onde apenas um verdadeiro pescador poderia navegar,
Nunca eu, que nem conheço o mar por onde devo andar.
À deriva, nos oceanos te tamanhos imensos,
Eu encontrei uma amizade pequena
Quem segue à deriva talvez se preocupe com a morte,
Que importa, quem se preocupa morre!
Quem não se preocupa morre na mesma!
Não existe a preocupação, a vida é mesmo assim
Vestida de mares para os verdadeiros marinheiros
Mar de espelhos para os pescadores de redes de vidro
Nada deveria terminar sem começar, mas que importa
É assim, uma das amizades, das mais pequenas...
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