Se me permitem o questionamento:
Quem teve a brilhante ideia de fatiar o mundo?
E nessa insistência de criar a perfeição
Acidentalmente acabou chegando ao absurdo?
É que meu coração duvidoso nasceu duvidando
Não por mero acaso me encontro nas incertezas
Mesmo que o silêncio se sujeite como resposta
Minhas interrogações não são dadas às sutilezas
Prossigo aqui com minha oitiva indigesta:
Quanta filosofia ainda há de se desperdiçar num todo?
Pois se esses versos nunca se justificam
De que valem as palavras desse poeta engodo?
Navego à deriva de impróprias acusações
Com o mesmo ímpeto de um náufrago em alto-mar
E se me virem meio aos delírios de um desertor
Que alcancem rápido a minha alma por desarmar
Finalizo satisfeito com meu simpósio:
Qual a certeza que de tão incerta se esqueceram?
E por mais que eu lhes mostre os dentes
Onde o tal brilho dos meus olhos se esconderam?
Desprendo-me agora das amarras da consciência
De toda e qualquer forma de entendimento
Pois não existem mais dores desconhecidas
E a felicidade é simplesmente a ignorância do sofrimento
Jeferson