O QUE TODOS PROCURAM
(crônica de um dia)
na estação
lusco-fusco do dia
rush de toda hora
formigueiro em desarmonia
babel sem sintonia
o que procuro
indo e vindo entre desconhecidos
figurantes
destinos tais
cada um em sua busca pessoal
quem são
o que procuram
o que todos procuram
cheguei
já é noite
coloquei-me num ponto à margem
:
camelôs bêbados,
gente bonita gente feia
trabalhadores
gente em vaivém
numa busca pessoal
com seus caraminguás
em grupo, só, pelo grupo
nos bares, nas ruas, nas praças
e o formigueiro se desfaz
o que procuro
miro o prostíbulo de infelizes
resumo dum gozo rápido
na pressa de viver
talvez agora
um contato virtual
sei lá
pra aliviar a alma
quando noto um casal
de repente
coração que se contrai
o formigueiro se forma
de onde vêm
pra onde vão
o que procuram
é mais que sobrevivência
vai além
...
***
Rehgge Camargo_________________________________
"o poeta absorve, filtra e exala."