Saúde, felicidade, saudade,
Sequência de palavras boas,
Boas como o suco de meloas
Que leva o querer à eternidade
Prótese, tubo, pacemaker,
Parada de palavras ruins,
Ruins com malditos fins
Que nenhum vivente quer ter
Tudo o que vai ao corpo,
É o início do colapso
De todo o compasso
Duma vida que esvai num sopro
Coração com remendos,
É o avizinhar da gulosa morte
Que sai do seu forte,
E caminha pelo prado dos condenados
Uma peça, um tubo... uma parada.
Um coração preguiçoso
Que bate tão maldoso,
Sem contar com favores da virada
Pacemaker não alterna a mão de Deus,
Que conta sem descontos
Todos os batimentos
De calções, quer dos ateus como os dos hebreus
É hora de avaliar os descontos
Longe dos batimentos
Do coração, que quer dormir sem os améns
E deixar de sorrir à magia dos homens
Adelino Gomes-nhaca
Adelino Gomes