Apagadas para sempre
Foram as minhas memórias
Que não consigo lembrar de nada
Que poderia reviver em mim
O sentimento que outrora senti.
A voz do amor foi silenciada
O sentimento desterrado
No alvorecer se foi como o sol
E o crepúsculo amedrontador
É a única saída agora.
Não é certo o que se faz
Com a ausência de alguém
Não se pode simplesmente
Empurrar para debaixo do tapete
O que se sente no coração.
A violência acontece
Quando se força as portas cerradas
Quando se viola a linha invisível
Que separa os limites
Que ninguém deveria ultrapassar.
A noite trás consigo os pesadelos
O medo aparece junto a escuridão
E sufoca o que restava da esperança
Todos os caminhos são secretos
Quando não se tem uma companhia.
O tempo de sorrir se foi
E não volta nunca mais
O caminho pela frente é inóspito
Mas precisa ser desbravado
E é isso que o coração irá fazer.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense