Yah, yah
ich bin
ein schwein
ich bin
ein
Volto a estas merdas, com um poemeto.
O outro otário, ou Meio Reles (como agora anda com a mania) andou a ler num feed (agora anda todo modernaço, ou prá frentex como diz o seu pai (não vamos por aí)) que os responsáveis das embaixadas europeias viram que têm cu e desataram a desopilar do Sudão.
É que, pelos vistos anda para lá uma guerrilha. Ou guerrinha.
Como não é na Europa de Leste (leste muito bem), nem tinhamos dado conta.
Pois é.
Mais genocídio, menos genocídio, se calhar já estava a ser demais, então os agrobetos com multisotaques de lá, decidiram deixar os colégios privados, as penthouses e os escravocriados e toca a voltar para a santa terrinha.
Para a coisa se saber em Portugal, aquilo deve estar mal.
É a minha medida para grau de desenvolvimento de uma marca, ou multinacional. Se já chegou a esta cena subdesenvolvida, é porque já fez uns quantos multimilionários nos seus países de origem.
O Darfour já conheceu melhores dias. E este tipo de relações, que acontece em países africanos, de certa forma apoia a teoria (na minha opinião errada) de que os países, quando colonizados, eram mais felizes.
Assim como em Cabinda, não voltou a haver estabilidade, ou criação de riqueza para o povo em geral.
Estima-se que desde o início do conflito, já morreram entre cinquenta e quatrocentos e cinquenta mil mortos. Esta dúvida, de quatrocentos mil, amendronta-me...
Mas ao menos não são explorados pelos cabrões dos brancos, só por outros, pretos.
Estava eu a pensar onde era o Sudão, enquanto apanhava umas pinhas para acendalhas e umas máscaras FFP2 lá do pinhal do quintal da vizinha (boa como o milho), quando fui confrontado com uma notícia que me arruinou:
O Oleg ia-se embora no fim de Abril.
Nunca cheguei a cumprir a promessa que fiz ao espelho de o pôr a falar português como um ucraniano, ou dei-lhe ferramentas para ele poder ganhar mais uns trocos aos fins-de-semana.
Emprestei-lhe o Amor de Perdição, que tinha a mais em casa, para enriquecer o vocabulário.
Sempre que podia, corrigia-lhe as calinadas.
Sempre fui um pouco cego ao nível que ele apresentava, isto é, sempre achei que ele já sabia mais do que sabia.
Para perceber se estaria a ser justo, teria de ir para a Ucrânia uns anos, e fazer o que ele fez, ou podia ter feito cá.
Assim foi, foi para o Canadá trabalhar nas petrolíferas, com um inglês que consegue ser pior que o meu alemão.
Acho que o seu francês consegue ser mais fraco que o meu grego, ou ucraniano.
Disse-me que vai voltar daqui a uns seis meses, no fim do contrato, e comprar uma casa à beira-mar na linha de Sintra.
Será que ele faz ideia do que se vai meter?
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.