Não se entenderá sobre amor associando-o ao curso das horas
E nesse processo pode julgar-se, sem razão, que todos amores
Carecem do passar de um longo tempo para se tornarem vivos
Como não amar-te agora se és a melhor imagem de eternidade
Estás além da ideia de tempo que é o templo fugaz do efêmero
Que a tudo consume, a beleza, a força a virilidade e a si mesmo
Não se entenderá o amor se julgá-lo à luz dos erros do passado
O passado foi apenas uma lição que hoje se chama experiência
Quem sabe química, sabe que são necessárias várias até acertar
Como não te amar já se és qual minha própria imagem refletida
Se és o que tenho de especial e tudo que desejo desejas também
Os opostos só se atraem na física, não na vida e menos no amor
Não se entenderá o amor se não se vivê-lo intenso e sem limites
O amor não aceita que se o fracione, esquematize ou comprima
Para que caiba na expectativa de quem vê a vida de forma linear
Como não te amar se na tua ausência minh’alma chora de vazio
Se és o carinho que me acolhe o espanto na hora que a dor vem
Recolhe meus pedaços me refazendo como o melhor que já fui
Não se entenderá o amor se não souber do fogo que nos assoma
Arrebata nossos corpos, tirando-os de nosso controle de mortais
Fazendo-nos deuses e o amor a elevar-nos às nuvens do Olimpo
Como não te amar se em meu projeto de vida está tua imagem
Se és meu alicerce, as colunas que me sustentam e meu telhado
Lembrar de ti é lembrar do cheiro das flores, da doçura do mel
Não entende de amor quem procurar porquês em nosso amor
Nosso amor apenas é. E o será. Nosso amor é um hino à vida.
Para Helena...