Poemas : 

Caos e Cais

 
De besta às costas,
ao ombro carrega a aljava, na mão um pouco de sangue,
outro pouco de guerra

mãe de todas as batalhas

e ao calhas, erra,

vianda
por planetas de outras galáxias,
por mais,

multiplicando caos e cais.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

bombinhas de mau-cheiro


Para ir da Ucrânia ao Sudão,
é perto, basta irmos de guerra.
Com tanta paz criada na Terra;
sempre em frente, não há confusão.

Não há guerra por pedaço de chão
que não desfaça: o feitor enterra.
Acertado pelo punho qu'erra,
o tratado assinado, sem mão.

Raspas e bombinhas de mau-cheiro
à venda nas lojas da esquina
onde fazem o troco em notas

de rodapé, bitcoin, ou dinheiro.
Chama-se guerra e s'assassina.
Não há vencedores, só derrotas.
 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
Data
Leituras
528
Favoritos
3
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
33 pontos
3
3
3
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 06/05/2023 23:17  Atualizado: 06/05/2023 23:17
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: Caos e Cais
Para mim, esses meninos mimados deveriam estar presos. Devolver o brinquedo, pois é coisa de adulto. E urgentemente educar os pais, para não deixar os filhos mimados pelo mundo. Se gostei?! Aplausos

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/05/2023 06:49  Atualizado: 21/05/2023 16:07
 Re: Caos e Cais
Pois!

Cumprimentos

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 21/05/2023 09:18  Atualizado: 21/05/2023 09:18
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: Caos e Cais
Excepção

O segundo porquinho


E cais mais uma vez no caos,
sempre a achar que é demais.
Quer lhe chames porto, ou cais,
é onde vais, nas tuas naus.

A demanda vã por mil vaus:
torpe desculpa porque sais.
De menos és, e porque vais.
Bombas atónitas de paus.

Prego, sem dó, o vazio;
que o cheio nunca chega
esse buraco sem fundo.

Atravesso este rio,
de jangada que navega
com todos os paus do mundo.