Não te esqueças que hoje,
talvez aqui mesmo na tua rua,
porventura em algum canto de algum jardim
que amarias se o conhecesses,
há palavras que te buscam,
Poetas que se dão ao teu prazer
sem medo de serem ignorados.
São de hoje, frágeis,
talvez demasiado suaves
e sem as oportunidades
que muitos, para parecerem cultos,
dão aos Poetas de outrora.
Não há tempo para escutá-los?
São-te indiferentes ao ponto
de não os sentires na rua?
De não os identificares
por esse olhar comum que derramam
sobre este mundo em que caminhamos todos?
Não lhes escutas a voz
por debaixo do que dizem,
ciciando as subtilezas dos seus segredos,
as palavras que anseiam dizer
e que provavelmente anseias que te digam?
Até nas praias
as ondas marulham com os seixos
comentários sobre a areia e as marés…