No silêncio da palavra calada, o povo, ao invés de sorrir, ao invés de louvar...chora, chora suas próprias lágrimas, lágrimas que beijaram as praias do seu cubículo. Sentados atrás das lágrimas, estão insaciáveis panças e suas balanças da vergonha, pesam cada lágrima chorada e, cada quilo tem valor da indiferença, que assola os anseios do povo. Se das profundezas do chão que é teu quanto meu, arrancam as entranhas da terra pra serem dissecadas no estrangeiro sem oval do choroso povo, a natureza tem toda razão de reclamar, aquilo que o povo não soube reclamar por culpa do silêncio da palavra calada. Nos jazigos das lágrimas derramadas, estão a bonança e a fartura dum povo, cedidas a Europa que se engorda enquanto África recua mil buracos abaixo do cinto que engana a fome, tudo isso, por culpa da incompetência dos governantes africanos, que só olham pra o hemisferério de suas panças.