Poemas : 

Debruçamos a casa sobre o rio

 




Debruçamos a casa sobre o rio

e dói o ar a cada inspiração

quando

ao fundo

todas as coisas atravessam a noite.



Estendemos as mãos e traçamos nomes

na superfície das águas


onde agarramos os olhos

para nos podermos enganar.


Por aqui

morrem os poetas e escrevemos nos rostos

o tempo que somos.


Entardecemos em forma de rocha

pulsamos em palavras inocentes

e doces que nos sobem aos olhos

feitas de coração.


Recolhemo-nos em lugares circunscritos

ao ventre transversal que geme

no degelo dos dias.









 
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maria.ana
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201
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