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Pequena Luz

 
Já não sou mais aquela que confiou um dia na força que brotava bem do fundo, do meu mundo.
Meu mundo ruiu, como um castelo de cartas se abalou, por dentro e por fora, e o tempo o choro silenciou.
Os gemidos já nem são ouvidos e a alma abafou toda a vida que nela ainda sobejava. O espelho devolve-me um reflexo que não compreendo.
As palavras ficam cativas na garganta e os brados que se querem desencarcerar não têm asas nem viço para levantar vôo.
Tudo sucumbiu aos sucessivos vendavais e tempestades que se abateram sobre a minha vida.
Resta-me mergulhar nas profundezas da minha alma e rogar por novo alento e acalento para de novo sobrevoar os céus amplos da existência.
Resta-me esta pequena luz para iluminar o negror que em mim se pôs e acarinhá-la para ela se ampliar e aquecer meu refúgio esquecido.

 
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MelPimenta
 
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