Já não sou mais aquela que confiou um dia na força que brotava bem do fundo, do meu mundo.
Meu mundo ruiu, como um castelo de cartas se abalou, por dentro e por fora, e o tempo o choro silenciou.
Os gemidos já nem são ouvidos e a alma abafou toda a vida que nela ainda sobejava. O espelho devolve-me um reflexo que não compreendo.
As palavras ficam cativas na garganta e os brados que se querem desencarcerar não têm asas nem viço para levantar vôo.
Tudo sucumbiu aos sucessivos vendavais e tempestades que se abateram sobre a minha vida.
Resta-me mergulhar nas profundezas da minha alma e rogar por novo alento e acalento para de novo sobrevoar os céus amplos da existência.
Resta-me esta pequena luz para iluminar o negror que em mim se pôs e acarinhá-la para ela se ampliar e aquecer meu refúgio esquecido.