Sanidade dos Hospícios
Na sanidade absurda dos hospicios
em uma luz virtuosa e perfeita
eu sou homem de fé e sem vicios
realidade que se impoe e é aceita
Sou um mel vertendo e dolcissimo
mexo com a sua glandula pineal
crok... crok...crok...crok
eu como bolacha mastigando no ritmo
não sou doido, sou uma aurora boreal
Sou a felicidade que ofende o mundo
pois o que engrandece é o sofrimento
os meus pecados são sempre mais fecundos
e a ventura só me traz ofuscamento
Neste mundo de coisas invisiveis
Sou um cego que morde e apanha
a chuva cai como uma obrigação mundana
meu guarda chuva é teia de aranha
a modernidade roubou-me o paraiso
e eu tenho de viver nesta sanha
Alexandre
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