DIÁRIO DE UM GAJO SEM SORTE NENHUMA (parte 1)
1 de Janeiro 2021
Eu nem sei para que raio tenho um diário se não tenho jeito nenhum para escrever e jamais daria estas barbaridades a ler a quem quer que fosse.
Bem, a ideia de ter esta porcaria deste diário (pareço uma parvita de uma adolescente, só me faltam as borbulhas na cara e ter ataques de choro, por estar apaixonada pelo gajo mais giro da escola e ele não me ligar pevide), foi do psicólogo onde faço análise para me conhecer melhor (ideia parva da não menos parva da minha mulher - É importante que te conheças, amor, só assim conseguirás ser feliz, dizia ela. Fonix!). Como se eu tivesse algum interesse em me conhecer, mas como já não a conseguia ouvir, optei por ir ao psicólogo duas vezes por semana e sempre são umas horitas a menos que estou em casa e fingir que a oiço e a pensar na vizinha do 2º esquerdo que é boa como o milho e que, tenho de confessar, tem um marido que é um colosso de homem. Atenção, eu NÃO gosto de homens, mas tenho olhinhos na cara e sei perfeitamente ver se um homem é jeitoso ou um estafermo (eu estou entre o jeitoso e o estafermo). É claro que jamais admitiria uma barbaridade destas aos amigos com quem jogo sueca e lerpa, porque os gajos iam logo dizer que eu era gay, se bem que nada tenho contra quem o é, mas não sou, garanto que não sou, porque nesse campo conheço-me MUITO bem. Já o Freitas, que costuma ser meu parceiro na mesa de sueca e que se diz muito machão, não sei, não.
Bem, vou é deixar-me de tonteiras, mandar a porcaria do diário para o caraças e jantar com a mulher e os filhos os restos do almoço.
Quanto ao psicólogo, tenho de lhe falar da vizinha do 2º esquerdo. Essa sim é que eu conhecia de boa vontade, por dentro e por fora, mas azarado como seu...
Já agora... Feliz Ano Novo!
(não sei a quem estou eu a desejar Ano Novo, mas adiante...)
A. Luz