Meio que divido a minha estupidez da sua insensatez.
Assim como duvido
Da falsidade do que não digo.
Um milhão de amigos não impedem uma catadupa de palavras ( nem de lágrimas).
Como pode um só inseto impedir e causar tanto dano à messe do trigo?
O poema do dia não pode durar mais que um dia.
Somente este poema é verdadeiro.
O que seriam das palavras se elas fossem desbocadas?
A aurora do dia não pode ser mais bonita que a menina da minha rua.
Se essa rua fosse minha ela seria só sua
A sua aversão ao meu verso muda quando eu mudo, quando eu fico mudo ou quando umedeço.
No meu sonho tinha uma andorinha.
Fiz uma luva no branco do seu olhar.
Tatuei minha mão na palma da sua mão.
Hoje resolvi mudar as cores do sons que eu ouvia.
Um cheiro azul fez ser vermelho no fundo dos meus olhos.
É ver com os ouvidos.
É o verde do palato.
Um cigarro produziu ondas helicoidais nos mares mineiros
Há uma certa letargia na sinestesia proposta nesta escrita.
É que meus joelhos têm almas de almofadas.
É que uma escada não me leva até você.
Para isso eu tenho que descer,
E crescer,
E crescer,
E crescer,
E...
Um gato rompeu a madrugada da lua.
Ontem ouvi um choro de pedras.
Uma semente germinou entre os pedregulhos.
Saí de dentro de mim quando resolvi fazer este poema.
É que estava cansado das Palmeiras umbrosas e dos eflúvios das flores, dos murmúrios dos riachos e dos comentários maldizentes.
Foi um erro sonhar com aqueles elefantes.
Uma rosa morreu no jardim da Babilônia.
Perdoem-me pelo poema,
Mas noite passada eu estava de... Insônia.
Gyl Ferrys