Por vezes
tem de ter uma paciência
a
olhar-se ao espelho...
Em cada segundo que passa
fica mais velho,
nisso não há ciência
nem meses.
De vez em quando
tudo esquece
ao
olhar para a janela.
E tudo ganha graça
como esta tigela,
que ao lume ainda aquece
quando o calor vai-se somando.
Raramente
repara na gota, pequeno orvalho
e
ela transborda, tornando-se rio...
Todo o momento o abraça
deixando-o vazio,
velho espantalho
que sente.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.