Há muito que ele a observava se indo,
Quase todos os dias, para a universidade.
Invadia-lhe uma gigantesca felicidade,
Que seus olhos ficavam umedecidos.
Ela, em pensamentos perdida,
Não percebia o amor daquele Romeu.
Regurgitava as últimas aulas de filosofia,
Algumas teorias antigas, Sócrates,
Cristo, Prometeu...
Ela não sabia que ele era fazedor de poesias,
Que cultivava jardins, livros antigos e orquídeas.
Tampouco ela sabia que por ela ele era apaixonado,
Que tinha feito para ela um soneto e uma peça de teatro
Onde ela era a personagem principal,
Dona e senhora de refulgente olhar,
Adornada de rosas, no mais alto pedestal,
Tendo de fundo um mundo azul de mar.
Uma melodia trespassando todo o palco.
Uma deusa vestida com pompas exóticas.
Nuvens cor de chumbo envoltas em pó de talco
Para delírios das leis físicas, químicas e das óticas.
Tudo isso ele tinha para ela oferecer.
Era tanto o amor que mal no peito cabia.
Ela ainda perdida no mundo da filosofia
Evitava, dessa forma, o amor de nascer.
Ela ainda perdida em seus pensamentos,
Envolta nas idéias de Kant e Lavoisier,
Deixando o amor se ir...
Impedindo-o de nascer...
Ela, em pensamentos que lhe remoía,
Não percebia o amor daquele Romeu.
Regurgitava as últimas aulas de filosofia,
Algumas teorias antigas, Sócrates, Cristo
, Prometeu...
Gyl Ferrys