Quando vi seu cabelo em cachos rebeldes uma luz acendeu
As linhas de seu rosto a me fitar eram o caminho da paixão
De seu olhar altivo, saltaram fagulhas ao cruzar com o meu
Não se poderá negar que é o acaso que controla o coração
Certos amores me trouxeram verões, muitos foram invernos
Sem que a escolha me coubesse neste carrossel de emoções
Dia e noite passam e os sentimentos que desejamos eternos
Esvaem como fumaça, toda esperança torna-se em aflições
Não foi diferente, nem poderia ser, não permiti fosse assim
Tranquei todas as portas, não deixei-a se aproximar de mim
Foi nessa estrada de espinhos que construí o meu caminhar
Sem auroras, sem horizontes e sem alguém que possa culpar
Meus erros, minhas escolhas, carrego a sina que eu escolhi
Sabe-se lá um dia, eu aprenda dizer que sempre gostei de ti
A mim o soneto traz dois desafios: as rimas e a construção limitada. menos aquelas do que esta. O fiz como experiência e acho que o resultado rendeu um poema juvenil e assim o nomeei. Minhas homenagens aos que desenvolvem o soneto com maestria.