Tu, do poeta ignóbil que és
Não vales mais que outro eu
És pó e tinta que se espalha
Língua afiada lambida de viés
Nua que seduz algo ainda meu
Também despido do canalha
Rimas teus olhos na boca
Pintura rupestre sem nexo
Quadro abstracto sem fundo
Quando a tua mão fica louca
E se torna fácil o trato do sexo
Vais aos píncaros doutro mundo
Vergonhosa é a tua visão
Que desfolhada nas paredes
Ergue em impotente importância
Tudo e nada é quase uma ilusão
Um oásis que mata novas sedes
És só tu verbo de ignorância
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma