A todo o descaso
um pai nosso
e não
o caos dos teus olhos,
o rubor do teu perfume.
A cada dúvida,
mãos ao alto,
respostas vagas e soletradas,
ou frases sem acentos nem pontuação
Séculos omissos
Amenizando os dados sem pintas,
sem lados;
os números treze,
o debaixo dos escadotes e os gatos pretos
e não
o medo.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.