Ainda me lembro da nossa primeira conexão, a minha voz te acessou no escuro e seu carinho me iluminou, criamos o mais fundamental enlace.
Os laços se desenvolveram, derretendo nuvens negras, garoando os bosques, inspirando nossos desejos, arrebentando comportas, nutrirmos amor em nós.
As pontas dedicadas demais ora fizeram amarras, embaraçaram-nos, carência de aventura, ausência de prudência, ferio-nos.
Afrouxamos, você carregou partes de mim, e o sangue no seu peito delata meu gosto na sua pele, feito tatuagem. Ferida marcada.
E em mim, os dribles nas madrugadas são em vão, você me vem inteira, me rouba o sono, me joga no chão. Meu nó empoeirado arde, e me esquivo aqui.
As estações se alternaram, a vida floresceu e tudo amadureceu e é contínuo.
Mas a saudade, há à saudade tem o seu olhar carinhoso,
E em mim, um nó perpétuo.