Saio montado no cavalo
“Roxão” alto, forte, marchador
no vento e na chuva
nas sacolas de plásticos espalhadas,
indeterioráveis nas margens , nos
riachos, nas mentes sem princípios,
sem medidas no consumo
incosumivel dos homens.
Tropeça,
resfolega
e galopeia ao destino,
aquele sonhado, variado
com o passar dos anos
mas em busca do sonho.
II
Estradas quebradas e os carros
acenando socorro.
bêbados,
em final de festa
fartas e voluptuosa:
um pneu, combustível
uma carona à cidade mais próxima.
Uma estafa devoradora
aproveitando a vida
E ela se encolhendo
na inutilidade
vã,
vil,
com dissabores gástricos e cardíacos
contra a gana
das forças genésica deturpadas.
III
Segunda feira pesada:
--tomei todas e mais algumas...
--que nada, tomei muito mais...
Nem vi onde passei e nem
quando cheguei !
Acho
que ainda
não cheguei...
Sonhei com um cavalo roxo
no caminho
com um cara estendendo a mão
pedindo socorro...
Só acordei as oito e meia ...!
Ai que dor de cabeça...!
Vou ao banheiro...
I V
Os homens, plásticos de sacola
me assaltam, roubam-me
cospem em minha cara
entopem minha estrada
com lixo e pneus velhos
levam o que não lhes serve,
o meu sonho.
De assalto em assalto
seqüelam-se em dissabores ácidos
com injeções doídas, contaminadas
pelos sorrisos torpes,
agora
mordendo
sua vísceras.
E em pedaços se desmancham
escorrem pelos lençóis
e a cerâmica branca
sem causa médica
sem fámacos eficientes.
V
Seis horas,
Schubert com a Ave Maria,
apaga o sol..
A alma se reconforta.
Amanhã
bem cedo,
forças juvenis
de anos a fio ,empoeiradas,
sacola de algodão nos ombros
e capanga com lanches para as estradas,
se arranham e rotam as roupas
rasgando as brenhas de espinhos
perdendo a merenda pelo furo da capanga
Mas têm um sonho.