Há destroços de mim
Por todo o quarto,
Sobre o abajur, a televisão, enfim:
Sobre próprio retrato.
Um enorme quebra-cabeça
Que não se montara jamais,
Sopra o vento varrendo as peças
Sob o olhar da lua vazando vitrais.
Uma porta bate em algum canto da casa,
Um elefante de vidro se espatifa pelo chão,
Misturando-se as minhas migalhas
Já em principio de decomposição.
Vultos passeiam sobre meus fragmentos,
Ignorantes de minha agonia calada,
Enquanto assisto meu carpo se desfazendo
Sentado a cama sem fazer nada.